Desde que me formei
em fonoaudiologia tenho travado uma luta para conseguir me fixar no mercado de
trabalho. Logo após que me formei passei a realizar audiometrias ocupacionais e
depois fui contratado por uma clínica para atender pacientes pelo SUS.
A realidade como
costumo dizer é dura, crua e cruel. Na faculdade aprendemos certas coisas que
são diferentes quando já estamos atuando na profissão. Posso citar um exemplo,
o exame de audiometria que serve para avaliar o limiar auditivo (o mínimo de
som que a pessoa consegue escutar). No estágio começávamos por uma frequência e
uma intensidade de 30 dB que era diminuída até o paciente não escutar mais o
apito, então aumentando 5dB até que este conseguisse escutar o estímulo.
Quando comecei atuar
com audiometria ocupacional precisei me adaptar ao tempo, sim, as empresas,
pessoas querem que o fonoaudiólogo faça o exame "correndo" e aí
corre-se o risco de errar um laudo e quem acaba se prejudicando é o
fonoaudiólogo. Aqui fora tem que ser rápido.
Em relação à terapia,
consegui um emprego numa clínica em que atuava dois dias por semanas e atendia
perto de 40 pacientes com os mais diversos quadros, quadros inclusive que não
cheguei a atender em estágio embora tenha estudado alguns nas cadeiras
teóricas.
O que me prejudicou
foi à inexperiência e também porque a minha chefe na época que também é fono me
"vigiava" para ver como é que me saia diante dos pacientes. Outra
coisa em que pequei foi em ter sido verdadeiro no sentido de demonstrar que não
sabia.
Uma das coisas que
aprendi é que você mesmo estando inseguro não pode demonstrar insegurança para
os outros.
Atualmente faço
freelancer para uma colega numa clínica de medicina do trabalho, não sei por
quanto tempo e o que ganho não é muito, mas mesmo assim preciso dar graças a
Deus por ter um teto pra morar, por ter com que me alimentar, etc.
Espero que as portas
do mercado de trabalho se abram para mim. Que Deus continue me dando forças
para lutar e perseverar.